MÉDICO

FRATURAS DO OMBRO

A região proximal do úmero tem características únicas em relação ao seu formato e sua vascularização. A área é também responsável pela grande amplitude de movimento do ombro. A compreensão da anatomia músculo-tendínea desta região é importante para o entendermos como ocorrem os desvio das fraturas da extremidade proximal do úmero.

 

Atualmente, fratura do terço proximal do úmero é o terceiro tipo de fratura mais frequente nos consultórios. O mecanismo de trauma indireto é o mais habitual e se caracteriza pela queda ao solo com apoio da mão e cotovelo em extensão. Nesta situação a cabeça do úmero é pressionada contra a glenóide ocorrendo o fulcro com o braço em abdução ou flexão.

 

O diagnóstico clínico leva em consideração queixas de dor e limitação funcional do membro superior. É preciso dar atenção também para outras lesões associadas, como trauma craniano. A presença de equimose no braço e na região da axila são sinais bastante sugestivos de fratura. É importante a avaliação neurológica do membro afetado para o diagnóstico de lesões dos nervos axilar e musculocutâneo, apesar de raros.

 

A avaliação por tomografia computadorizada é utilizada com frequência e permite melhor avaliação dos fragmentos e seus desvios. A partir da reconstrução tridimensional, tem-se uma melhor interpretação das lesões e perdas ósseas.

 

O tratamento das fraturas do úmero proximal tem como objetivo permitir a consolidação da área com o mínimo de perda de função, com boa amplitude da articulação. Além de considerar o número de fragmentos e seus desvios, é necessário avaliar o grau de osteopenia, demanda funcional de cada paciente e alterações clínicas associadas.

 

De uma maneira geral, pacientes que apresentam fraturas com desvios, além de instabilidade necessitam de tratamento cirúrgico para restauração da anatomia local, com o propósito de redução anatômica da fixação estável das partes desviadas e mobilização precoce da articulação glenoumeral.

 

Já o tratamento conservador (não cirúrgico), pode ser indicado nas fraturas sem ou com desvios. Neste caso utilizamos imobilização por meio de tipóia simples ou tipo velpeau, por três a quatro semanas, medicação analgésica e crioterapia para diminuição da dor.

 

É importante o controle radiográfico, nas primeiras duas semanas para observar a manutenção do alinhamento da fratura. Também é essencial a indicação de reabilitação fisioterápica que deve ter início na quarta semana de tratamento, quando o paciente normalmente não apresenta dor e já existe calo ósseo estável.