PACIENTE
FRATURAS DO OMBRO
A articulação do ombro é uma das mais complexas do corpo humano, por ser considerada a que permite a maior mobilidade de movimentos e por conter 3 articulações que a compõe. Composta por 3 ossos – a escápula (ou omoplata), a clavícula e o úmero (osso do braço) – o funcionamento desta região depende de uma interação entre os músculos e os tendões do manguito rotador. São os tendões que permitem a conexão entre os músculos e os ossos e, é através da contração do músculo, que os tendões possibilitam a movimentação do osso.
A fratura do ombro, de forma genérica, é definida por pelo menos 1 lesão óssea em algum dos ossos dessa região. Na maioria das vezes ocorre após um trauma, mas também pode ocorrer por fragilidade óssea (osteoporose ou tumores locais). As fraturas mais comuns ocorrem no úmero e, geralmente, são acompanhadas de sinais clínicos como dor, dificuldade de movimentação, inchaço e deformidade. O diagnóstico é realizado por meio do exame físico principalmente, além de radiografias simples e muitas vezes tomografia computadorizada.
Atualmente, fraturas do terço proximal do úmero são o terceiro tipo de fratura mais comum, de acordo com a maioria do estudos epidemiológicos mais atuais.
Existe uma variação muito grande de tipos de fratura. Variam de acordo com parâmetros como número de fraturas ou de fragmentos, desvio dos fragmentos quebrados, localização das linhas ou traços de fraturas, luxações associadas das articulações adjacentes, e, presença ou não de lesões de outras estruturas como vasos, nervos e pele. Como existem diversos subtipos de fraturas, o tratamento deve ser individualizado para cada caso.
O tratamento não cirúrgico, também chamado de conservador, pode ser indicado tanto nas fraturas com pequenos desvios como nas não desviadas. Em geral utiliza-se imobilização por meio de tipóia simples ou tipo velpeau, durante três a quatro semanas, além de uso de medicações analgésicas e crioterapia (uso de gelo) para diminuição da dor. O tempo de uso é variável e depende da cicatrização óssea (consolidação) que será avaliada pelo ortopedista através de radiografias seriadas.
Já a indicação cirúrgica depende de todos os fatores anteriormente citados para classificar a fratura, assim como o estilo de vida e idade do paciente. De maneira geral, pacientes que apresentam fraturas com desvios grandes ou com potencial de aumentar o seu desvio (consideradas instáveis) necessitam de tratamento cirúrgico para restauração da anatomia local.
O objetivo principal do tratamento cirúrgico é a recuperação da anatomia óssea, associada a fixação estável das partes desviadas. Com isso, pretende-se idealmente que ocorra mobilização precoce da articulação do ombro, aumentando a chance de recuperação funcional, pela diminuição da rigidez tipicamente encontrada após fraturas nesse segmento.
Em resumo, em caso de suspeita procure o mais rápido possível um serviço de urgência ou seu ortopedista de confiança para orientar e definir conduta.